Sobre a mesa, a taça de vinho evaporava a goles lentos, a meia-luz serenizava a sala e o som acalentava os ouvidos. Pediu licença, levantou-se e foi olhar-se no espelho. A imagem que via era outra, estava resplandecendo, estava diferente. Voltou à mesa e sentiu-se levitando. Alguém tocava violino, acordes sensíveis.
Soube que a felicidade não estava ali, mas nela. Sempre esteve nela. Flutuou, saiu pela janela e, na vastidão noturna, continuou ouvindo os acordes que liam sua alma. Pousou no alto de uma árvore e contemplou a si mesma, bela, musa, com as asas acariciando o vento.
(Arte: "Musa", de Pablo Picasso)
(Elson Teixeira Cardoso)
2 comentários:
Meu novo velho amigo!
Depois de acabar com o uni-verso, criei um novo espaço que alia imagens, som, movimento e poesia:
http://videoeverso.blogspot.com
Enfrentando a inquietante paralisia que ocupa o verso da poesia
Seja bem-vindo!
Ai, eu quero me sentir leve assim!...
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