Dizia que nunca amaria novamente; sofrera muito e as marcas ainda pemaneciam no coração, visíveis em seu semblante sofrido. Chegara a pensar em morrer. Mas, ao conhecê-lo, algo mudou. Lutou contra si mesma, mas não adiantou. Ele também desistira do amor, porém, os sorrisos denunciaram que tinham em comum mais do que imaginavam. O aperto de mão, formal, foi singelo, um beijo, elo que uniu os corpos, no estremecimento do prazer. Foi a síntese do amor encontrado.
Sob a lua, em alto-mar, os corpos firmaram-se, estrelas no cosmos. Sob o sol, na areia da praia, os corpos reluziram, nuvens sutis. Fecharam os olhos e, ofegantes, chegaram ao futuro, sedentos de amor. Caminharam pelas alamedas dos sonhos, de mãos dadas e corpos unidos, por sessenta anos. Amando-se a cada instante.
(Arte: "Olympia", de Édouard Manet)
(Elson Teixeira Cardoso)
Um comentário:
Um sonho suave... Sim, é possível amar por sessenta ou setenta anos!... Mas é bastante raro...e muitíssimo belo, quando acontece...
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